sábado, 31 de dezembro de 2011

2012 com pé direito. E pés de árvores

Dedicada à Rio+20, a festa da virada do ano em Copacabana terá parte das emissões compensadas com o plantio de mudas de árvores junto ao Rio Guandu. A polêmica em relação à fumaça dos fogos serviu para jogar luz sobre outros pontos que enfeiam a festa, como a sujeira que deixam pela areia das praias e as oferendas não degradáveis no mar de Iemanjá.

Lembrar do ambiente em plena festa é um avanço. Que 2012 traga mais ações práticas em defesa do planeta, além dos discursos da conferência internacional programada para junho no Rio.

Segundo a ONU, 2012 também será o Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos, como o que termina foi o Ano das Florestas. Grandes temas para reflexão, quando um quinto do planeta ainda vive sem energia. Bom momento para renovação de esperanças, quando a folhinha do calendário vira, pedindo mais verde. Como a esperança.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Manguezais e os agronegócios

Pela importância para o debate, segue o artigo O Código Florestal e os 'amigos do rei', publicado no jornal O Estado de SP, de 17 de dezembro de 2011. O autor é o jornalista João Lara Mesquita, que mantém o site Mar Sem Fim:

"O grande escândalo da aprovação do novo Código Florestal não é a anistia a quem desmatou até 2008. Como apontou o artigo A tolerante lei da selva, de Manuela Carneiro da Cunha, Ricardo Ribeiro Rodrigues e Jean-Paul Metzger (Estado, 10/12), "antes disso, os infratores já sabiam o que estavam fazendo". Data mais justificável seria 24 de agosto de 2001, "data da medida provisória que definia e regulamentava as atividades em reserva legal e áreas de proteção permanente. Ou a data de 1998, da Lei de Crimes Ambientais. Quem obedeceu e tem consciência limpa deve hoje se sentir 'otário'".

O escândalo, daqueles que, "em nome da agricultura familiar" (desvirtuando este acertado conceito), apequenaram a lei de 1965, decepcionando os cerca de 20 milhões que na última eleição expressaram seu interesse pelo meio ambiente votando em Marina Silva, foi a introdução da emenda que permite a ocupação de apicuns e manguezais.

Mas até o ruim tem lado bom. O ato tem força de prova. Desmascara o ardil que pretendia transformar o debate nacional numa peleja de ambientalistas e ruralistas. Os manguezais nada têm que ver com o agronegócio, tão importante para o Brasil do século 21.

Antes da aprovação do novo texto, eles eram considerados áreas de proteção permanente. E sua ocupação, proibida. Mas proibir alguma coisa, no Brasil, é risível. Depende do tipo que afronta a lei: se for pobre, vai para a cadeia; se não, quase sempre é "anistiado".

Já expliquei, em outros artigos, os benefícios dos manguezais: proteção à linha da costa, agindo como anteparo às ressacas, aos ventos, às ondas e às correntes que assolam o litoral. Criatórios de vida marinha, deles dependem peixes, moluscos e crustáceos para se reproduzir. Suas raízes aéreas retêm nutrientes, o que os torna parques de engorda para a vida marinha; e quando submersas, filtram e melhoram a qualidade da água. Ponto importante a favor da sua manutenção, num país que não dá a mínima para o saneamento básico. O IBGE mostra: só 20% de todo o esgoto produzido pelos brasileiros recebe algum tipo de tratamento - a maior causa de poluição dos oceanos, no mundo, é o despejo de esgoto não tratado.

Os mangues amenizam a caradura de governantes que não investem em saneamento.

Suas copas são hábitat de aves marinhas e migratórias. E a fotossíntese de suas folhas produz parte do oxigênio que respiramos, enquanto sequestram dióxido de carbono - gás causador do efeito estufa - da atmosfera, suavizando o aquecimento global.

Mesmo assim, o lobby dos carcinicultores foi mais forte. Caiu a proteção legal. E isso ocorreu no mesmo momento em que a comunidade acadêmica mundial não se cansa de avisar que a morte da vida marinha se avizinha. Motivos?

O desaparecimento de hábitats como, entre ouros, os mangues; a introdução de espécies exóticas, como, mais uma vez, a criação de camarões em cativeiro; a poluição, a pesca predatória, o aquecimento e a acidificação dos oceanos em razão do excesso de gás carbônico, que alterou seu pH, afetando "metade dos corais do Globo (desde 1950), matando 80% destas formações no Caribe e causando, simultaneamente, uma preocupante diminuição de 40% dos proclorococos em décadas recentes (minúsculas algas também conhecidas como fitoplâncton, produtoras de oxigênio e base da cadeia alimentar)", disse Sylvia Earle, cientista americana, referência mundial no tema, no livro The World is Blue - How Our Fate and the Ocean's Are One, ou O Mundo é Azul - Como Nosso Destino e o dos Oceanos São Um Só, Random House).

Sylvia Earle conta que mais de 400 zonas mortas se formaram no litoral (o estuário de Santos e a Baía de Guanabara são contribuições brasileiras às estatísticas), "refletindo mudanças na química dos oceanos". E ressalta a cientista: todas essas ações, em conjunto, "estão matando o ecossistema que tornou possível a vida na Terra".

Mas por que a ocupação de manguezais nada tem que ver com a discussão maior, e sim com interesses particulares de uma minoria privilegiada, razão deste artigo?

Um agricultor - seja ele plantador de cana, de soja ou café - precisa investir, comprando a terra que vai explorar. Sem esse primeiro dispêndio não há como produzir. A não ser... criando camarões.

Nossos mangues, por sua importância, são áreas públicas. Não estão à venda. São doados a brasileiros especiais, os "amigos do rei": grandes empresários, prefeitos, deputados e senadores. Os únicos a ganhar com a medida, em detrimento de todos os outros.

Quando produzi a série Mar Sem Fim, para a TV Cultura, visitei pelo menos 90% das fazendas instaladas, sobretudo, no Nordeste, desde o Piauí até o sul da Bahia. E constatei mais: poucos empregos gerados (normalmente sem carteira assinada, empregos temporários) e conflitos socais impostos aos nativos que têm no mangue o sustento de seu dia a dia. Poluição dos estuários por abuso de produtos químicos, contaminação de lençóis freáticos pelo mesmo motivo e salinização de água doce também foram observados.

A carcinicultura nunca foi tradição. É fenômeno recente, esperteza de quem se aproveita de um bem público em proveito próprio.

A Constituição federal reconhece a importância dela e define a zona costeira como "patrimônio ambiental brasileiro". Por isso, acrescenta: "Sua ocupação deve se dar de modo autossustentável".

No ano que vem o Rio de Janeiro sediará a conferência de cúpula mundial Rio+20, para discutir as questões relativas ao meio ambiente e aquecimento global.

Se o texto passar na Câmara dos Deputados, restará apenas o possível veto presidencial.

Presidenta Dilma, a senhora vai agir ou prefere se explicar?"

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Edmundo Moniz por Sergio Caldieri

O lançamento do livro Eternas Lutas de Edmundo Moniz marcou o centenário do jornalista, na segunda-feira (12/12), na Associação Brasileira de Imprensa (ABI).

A obra é do também jornalista Sergio Caldieri.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Santo Agostinho por Eduardo Rieche

O ator Eduardo Rieche interpreta Santo Agostinho no Teatro de Arena da Caixa Cultural, no Centro do Rio, a partir desta quinta-feira (8/12) e até domingo, no monólogo “Inquieto Coração”. A peça foi escrita por Eduardo a partir de quatro livros de Agostinho, quando esse era bispo na África, na atual Argélia, no século 4. Em cena, reflexões sobre o mundo e o ser humano.

Desde que montou “Inquieto Coração” pela primeira vez, em 2008, Eduardo faz algumas anotações num blog. No computador do autor/ator também foram escritos musicais de sucesso como “Oui, oui, a França é aqui” e “É samba na veia, é Candeia”.

sábado, 3 de dezembro de 2011

“Doença não dá em poste”

O velho ditado era o nome da exposição que o artista mineiro Claudio Paiva fez na Galeria do Poste, em Niterói, em 1997. Neste sábado (3/12), às 18h, acontece, com o mesmo título, um bazar solidário para ajudar a família de Paiva, internado no Hospital Antônio Pedro.

A ação é promovida pelos colegas Ricardo Pimenta, Marta D'Angelo, Luiz Sérgio Olveira, Luiz Carlos de Carvalho, Helio Branco e Fernando Borges, que estarão com trabalhos na casa do Gragoatá. A noite terá também a reedição da instalação de Claudio Paiva no poste da Rua Coronel Tamarindo 10.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Trem do Samba e outros balanços

Na semana do samba, o gênero ganha todas as homenagens. O dia 2 de dezembro ficou pequeno para tanta festa no Rio. O Trem do Samba começou com shows na terça (29/11) e segue até sábado, a partir das 12h. À tarde, os vagões musicais partirão da Central para Oswaldo Cruz. Na sexta à noite, como sempre, também terá músicas nas rodas do subúrbio carioca.

Além do projeto tocado por Marquinhos de Oswaldo Cruz, o Dia do Samba terá destaque em São Gonçalo, com homenagem ao compositor Altay Veloso, a partir das 14h, na quadra da escola Camisolão (Rua Doutor Pio Borges, 2715, no Barro Vermelho).

Em Niterói, às 15h, a Câmara de Vereadores sedia palestras e homenagens a representantes do “mundo do samba”. A organização é do vereador Carlos Magaldi. Depois, às 18h, o bloco Saias da Folia faz a farra, no Bar Bloco C, na Rua Visconde de Sepetiba 215-b, ao lado da Universo.