quinta-feira, 13 de junho de 2013

Fernando Pessoa dá as cartas em Petrópolis

Nascido há 125 anos em Portugal num 13 de junho, Fernando Pessoa inspira a exposição “Brasil-Portugal: o mar que nos separa, a língua que nos une”, aberta esta semana no Centro Cultural da Faculdade de Medicina de Petrópolis. A mostra propõe um paralelo entre as grandes viagens marítimas portuguesas e as viagens interiores que fazemos ao longo da vida.

A exposição tem a proa de uma nau, pedras portuguesas e palavras distintas com o mesmo significado nos dois países. Uma instalação da artista Adriane Guimarães convida o visitante a interagir com as letras. Design, produção e cenografia são de Cláudio Partes, Rafael Diel e Julio Cesar.

No período de visitação, que vai até 31 de outubro, a faculdade abrigará eventos paralelos, como leituras de versos de Pessoa, segundo Ricardo Tammela, coordenador de projetos especiais da faculdade. A exposição fica aberta de segunda a sexta, das 9h às 21h, e aos sábados, das 9h às 18h. É grátis e mais um motivo para visitar Petrópolis. O Centro Cultural Fase/FMP fica na Avenida Barão do Rio Branco, 1003.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Ambiente todo dia na folhinha

No Rio, os alunos do Colégio Teresiano, na Gávea, recolhem diariamente papel, componentes eletrônicos, óleo de cozinha usado e garrafas PETs para reciclagem, desde o ano passado. O resultado da coleta é redistribuído para instituições assistenciais e para a Fábrica Verde, projeto da secretaria estadual do Ambiente que recicla computadores. Nesta quarta-feira (5), Dia do Meio Ambiente, a transformação do que viraria lixo foi festejada pelos alunos.

Durante os preparativos para a conferência Rio+20, o Teresiano articulou a união das escolas públicas e privadas da Gávea em torno de discussões ambientais sobre o futuro da Gávea. A revitalização do Parque da Cidade foi uma das bandeiras levantadas. Agora, com maior atenção da prefeitura carioca, o espaço voltou a ser mais frequentado. O prefeito já pensa em transformá-lo num pequeno Inhotim, referência ao parque mineiro que harmoniza arte e verde com sucesso.

Aproveitando a data e a deixa, vale visita virtual a Inhotim e a publicações que batalham a informação ambiental todos os dias, como Envolverde, Plurale, O Eco e o Portal do Meio Ambiente.

Sem tabaco, sem fumaça

Sexta-feira (31) foi o Dia Mundial Sem Tabaco e os números deveriam servir de alerta. As estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam para 17.210 casos novos de câncer de pulmão em homens e 10.110 em mulheres, em 2012-2013.

“Se eliminarmos o cigarro, terminaremos com 50% dos tipos de câncer que existem”, diz o oncologista Roberto Gil, membro do Serviço de Oncologia Clínica do Inca. Roberto Gil acompanha a luta contra o fumo de perto. Para ele, que também é diretor da Oncoclínica no Rio de Janeiro, as mudanças nas leis para restringir o fumo no Brasil foram fundamentais.

Além do câncer de pulmão, o fumo também está associado ao surgimento de outros tumores. “Os problemas no pulmão são os de mais fácil associação, mas há outros riscos”, diz o oncologista Frederico Nunes. Ele conta, por exemplo, que as substâncias do cigarro, a combustão e a fumaça causam um processo irritativo no sistema urinário e as alterações podem desencadear o câncer de bexiga.

A oncologista Sabrina Chagas, especializada na saúde da mama, aposta na mudança de hábitos como a melhor prevenção: “O abuso do fumo e do álcool deve ser evitado porque os males que causam são amplamente conhecidos. O papel da rede de saúde é ajudar o fumante a largar o vício antes que as doenças se instalem.”

A população está mais informada contra os malefícios do tabaco. Se em 1989 o percentual de fumantes era de 32%, em 2008 passou para 17%, e caiu para 14,8% no ano passado, de acordo com a Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), em pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde. Hoje, o Brasil tem maior contingente de ex-fumantes do que de fumantes, segundo a coordenadora do Centro de Tratamento de Tabagismo do Inca, Cristina Cantarino.

Ela ressalta que o vício no cigarro é uma doença associada à dependência química, ligada à nicotina, e sujeita a recaídas: “A vontade de fumar diminui no tabagista a partir do momento em que ele fica mais seguro, ganhando instrumentos para se proteger do que chamamos de gatilhos, quando, por exemplo, associa a vontade de fumar à imagem do colega que passa indo para o fumódromo ou quando vê o bar onde comprava cigarros.”

Para o oncogeneticista Jose Claudio Casali, também da Oncoclínica uma vida saudável, com alimentação equilibrada, exercícios físicos e livre de vícios, pode mudar o futuro. “O que está à nossa volta pode influenciar a genética. Algumas alterações químicas que fazemos no nosso DNA acontecem por fatores externos. Enfim, temos interruptores que podem ser modificados antes de ligados”, compara.