domingo, 22 de julho de 2012

Dinheiro no lixo é vendaval

O país lucraria mais de R$ 40 bilhões por ano, se todos os resíduos fossem reaproveitados, no campo e nas cidades. O grande potencial do reaproveitamento de resíduos foi destacado pelo pesquisador do Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais (Ivig) da Coppe/UFRJ, Luciano Basto, no encontro "O futuro sustentável - Tecnologia e inovação para uma economia verde e a erradicação da pobreza", na Rio+20, e serve de munição para os defensores da reciclagem.

"O número do prejuízo com o descarte inadequado pode ser ainda maior, já que falta um melhor controle da destinação final. Ninguém acompanha a coleta diária nas pesquisas. O IBGE chega aos números com um questionário anual nas prefeituras, que é extenso, mas não traz o detalhamento da composição dos resíduos, dado importante para a gestão", explica Basto.

Atualmente, 42% dos resíduos brasileiros têm uma disposição inadequada, segundo a professora do Programa de Planejamento Energético da Coppe/UFRJ, Alessandra Magrini. Ela ressaltou, ainda, que muito lixo ainda não é coletado nas cidades e que 32% dos recicláveis são dispersos de qualquer jeito.

"Cada brasileiro produz 400 quilos de resíduos por ano, e o número tende a crescer, com mais consumo. Nos países ricos, como os EUA, onde o consumo já foi de mil quilos por pessoa, a produção chega a 750, com a adoção de mudanças de hábitos", diz Alessandra.

Já o presidente da Associação de Catadores de Material Reciclável de Jardim Gramacho, Tião Santos, frisa que o mundo ficou pequeno para tanto lixo. "A reciclagem é a saída para diminuir o impacto ambiental e social. No Brasil, que ainda não chegou ao estágio de ter apenas aterros sanitários, a reciclagem surgiu no combate à pobreza. É preciso romper o preconceito diante do lixo, mostrar que reciclá-lo não é coisa de pobre, mas de gente inteligente", ressalta Tião.

Alessandra Magrini acredita que uma saída é a redução da produção de resíduos, com princípios de química, e engenharia verde, otimizando plantas industriais:

"Também podemos melhorar os produtos, com ecodesign e a previsão de que possam ser reciclados em partes, além da desmaterilização. Uma ecologia industrial, com sinergia, pode proporcionar a troca de resíduos reaproveitáveis entre empresas. Já estamos fazendo isso em distritos industrais do Estado do Rio."

Para Luciano Basto, que também é integrante do Painel Brasileiro sobre Mudanças Climáticas, a coleta seletiva tende a crescer, com a maior conscientização ambiental.

"O avanço é inegável. Na Rio 92, estavámos no Aterro do Flamengo expondo uma lixeira com quatro compartimentos, hoje a Coppe mostra como evoluiu a tecnologia brasileira na área, o que torna o nosso desafio maior", conta Luciano.

Na Rio 92, Tião Santos tinha 13 anos e catava lixo em Gramacho desde os 11, com sete irmãos: "Lembro de tudo, principalmente de que a conferência mudou nossas vidas para melhor. Logo depois, os lixões tiveram que se adequar para virar aterros sanitários, com canalização do gás metano e cobertura de argila sobre o lixo. Veio também a legislação pela erradicação do trabalho infantil. Aos 15, tive que sair de lá e fui trabalhar como açougueiro."

Para ele, a percepção sobre a conferência também evoluiu. "Antes, a cidade estava com a segurança reforçada para receber líderes mundiais e um pessoal no Aterro do Flamengo que parecia meio doidão. Agora, com a Rio+20, a preocupação com o planeta é um fato para a maioria. De lá para cá, a reciclagem cresceu muito e os lixões começaram a acabar", diz.

Com o fechamento do depósito de Gramacho, 60 catadores trabalham na cooperativa e outros 500 estão cadastrados para iniciar o trabalho com reciclagem. Tião lembra que continua a luta para a valorização do profissional:

"Com a economia em crescimento, o Brasil gerará mais resíduos e será preciso evitar o desperdício por falta de reciclagem. Mas o sistema tem que deixar de ser predatório, desumano e desigual. No retorno financeiro, nem 10% chegam ao catador."

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Homens do mar em terra

Quem depende dos peixes da Baía de Guanabara para sobreviver anda assustado. Se antes a poluição das águas era o maior problema, hoje a diminuição dos espaços para pesca tira o sono e acirra disputas. Os assassinatos recentes de dois pescadores colocaram a Guanabara nas páginas policiais. Eles eram ligados à Associação Homens do Mar, que cobra a elucidação dos casos.

Para pescadores e ambientalistas, faltam zoneamento e fiscalização, para garantir a ordem nas águas da baía, conciliando as atividades econômicas, a navegação e a pesca. Muitos cobram também a figura de um síndico (ou xerife) para a Guanabara, com trânsito entre os órgãos estaduais, federais, municipais, pescadores e empresários.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Tau Virtual é indicada ao Prêmio Estadão

A empresa Tau Virtual é uma das finalistas do 1º Prêmio Estadão PME, na categoria Comunicação e Marketing, com a História de Sucesso “1001 nas Redes Sociais”. O diretor da Tau Virtual, Jorge Carrano, diz que ficar entre os finalistas é um incentivo para a equipe da empresa de comunicação digital de Niterói: "Estamos há 15 anos no mercado. Nossas ações crescem junto com as redes sociais."

De todas as Histórias de Sucesso inscritas no 1º Prêmio Estadão PME, 12 foram classificadas como finalistas, sendo três por categoria (Gestão de Pessoas, Negócios Inovadores, Sustentabilidade Empresarial e Comunicação e Marketing).